Composteira é solução prática para reaproveitamento do lixo úmido

Composteira é solução prática para reaproveitamento do lixo úmido

Saiba como ter uma: seja em casa, apartamento, comércio, empresa ou escola. Quando o assunto é o descarte adequado de resíduos, muito se fala sobre os recicláveis. Porém, pouco atenção ainda é dada aos resíduos urbanos úmidos (cascas, sobras de alimentos e podas de jardim, principalmente). Resíduos que, de verdade, compõem 50% de todo o

Saiba como ter uma: seja em casa, apartamento, comércio, empresa ou escola.

Quando o assunto é o descarte adequado de resíduos, muito se fala sobre os recicláveis. Porém, pouco atenção ainda é dada aos resíduos urbanos úmidos (cascas, sobras de alimentos e podas de jardim, principalmente). Resíduos que, de verdade, compõem 50% de todo o lixo produzido nas cidades, podendo representar um impacto negativo ainda maior ao meio ambiente do que os recicláveis.
Sua decomposição em aterros e lixões libera na atmosfera o gás metano, que é 20 vezes mais potente que o gás carbônico (CO2) e tem relação direta com o aquecimento global. Isso sem falar na contaminação dos lençóis freáticos decorrente do chorume (líquido que escorre do lixo, fruto da decomposição da matéria orgânica), e nas doenças que pode causar em quem trabalha com esse material.

Como resolver o problema de forma simples e prática?
Parte significativa do problema relacionado aos resíduos úmidos pode ser resolvido estimulando o cidadão a praticar a compostagem. A saída é eficiente, simples e de baixo custo. Veja o exemplo da Maria Augusta Silvestre, psicóloga coordenadora do Espaço Criar, onde acontecem várias atividades voltadas à arte e à terapia, e onde se pratica a compostagem.
“Nossa composteira é formada por três caixas de plástico empilhadas. Na caixa superior, colocamos os restos orgânicos (cascas de frutas e verduras, pó e filtro de café – é bom evitar colocar restos de comida e cítricos), com um pouco de serragem e folhas secas que caem das nossas plantas, e fechamos. As caixas – superior e do meio – possuem furos no fundo, por onde circulam as minhocas que ajudarão no processo de decomposição dessa matéria orgânica. Quando a caixa de cima fica cheia, a trocamos de lugar com a do meio, onde descansará até que a superior esteja novamente cheia. Depois retiramos este composto e deixamos descansar por alguns dias (temos o cuidado de retirar as minhocas e voltá-las para as caixas ou até colocá-las em alguns vasos), e aí já teremos adubo orgânico que aproveitamos em nossas plantas. Deixamos sempre um pouco de terra e reiniciamos o processo. Da caixa inferior, retiramos um líquido fertilizante que diluímos em água também para uso nas plantas. Já há algum tempo não utilizamos outro tipo de ‘adubo’ nas plantas aqui do Espaço”, explica Maria Augusta.
O resultado é menos resíduo na natureza e mais verde no Espaço Criar, onde vale uma visita para comprovar pessoalmente como as plantas respondem a este cuidado com muita beleza.
Também faz parte desta história combater o desperdício de alimentos, comprando-os na medida certa e consumindo-os integralmente.

O Brasil em números
No Brasil, em um único dia, geramos 180 mil toneladas de resíduos urbanos. Em média, isso dá 383 Kg por habitante ao ano. Desse total, 30% são recicláveis, 20% são rejeitos sem possibilidade de reaproveitamento (como papel higiênico), e 50% são resíduos úmidos ou de matéria orgânica, que podem ser reaproveitados.
De acordo com levantamento do Ministério das Cidades feito em 2014, pouco mais da metade dos resíduos urbanos do Brasil são destinados adequadamente a aterros sanitários. E o País possui ainda mais de três mil lixões a céu aberto.

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