Cortes na Educação ameaçam paralisar pesquisas no Brasil

Cortes na Educação ameaçam paralisar pesquisas no Brasil

Quase 200 mil bolsistas podem ter seus trabalhos interrompidos em 2019.

Quase 200 mil bolsistas podem ter seus trabalhos interrompidos em 2019.

Nos últimos dias, o Brasil tem vivido uma grande polêmica em torno da Educação, depois do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP) ter revelado que pretende cortar do orçamento global do Ministério da Educação (MEC) para despesas não obrigatórias em cerca de 11%.
De acordo com o Assessor do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica de Brasília, Renato Brito, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2019 prevê uma redução de gastos com Educação de quase 3 bilhões. “Em 2018 nosso orçamento foi de 23,6 bilhões contra o previsto para 2019 de 20,8 bilhões de reais. Seria insano a LDO ser sancionada desta forma ou, no mínimo, contraditório aceitar um corte de quase 3 bilhões em educação, enquanto se permite um aumento de salários para Ministros do Supremo Tribunal Federal e automaticamente para todo o Judiciário e Funcionalismo Público com o impacto de 4,5 bilhões de reais”, argumenta Brito.
Órgãos e programas de fomento à pesquisa, como o Capes (Conselho de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), manifestaram-se oficialmente contra ao que os números demonstram ser uma tragédia ou o “apagão científico brasileiro”. Com o corte orçamentário na Educação, quase 200 mil bolsistas podem ficar sem bolsas em 2019.
Além disso, acadêmicos e cientistas têm protestado intensamente nas redes sociais e manifestações têm ocorrido nas universidades brasileiras para tentar evitar a descontinuidade dos processos de pesquisa através do corte. “O que é importante ressaltar é que essa situação não diz respeito somente aos 93 mil pesquisadores e alunos de cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, e os outros 105 mil bolsistas que trabalham e pesquisam Educação Básica, que terão seu trabalho interrompido e seus sonhos destruídos. Diz respeito a todos que se preocupam com o futuro do Brasil. Ciência não é assunto de pessoas de jaleco em laboratórios. Ela faz parte do dia a dia de todos nós, diz respeito ao que de mais básico circunda nossas vidas, como as condições para melhorar nossa saúde, nossa qualidade de vida, o que comemos, produzimos, consumimos, como pensamos e sentimos, como nos organizamos em sociedade, como podemos viver de forma mais solidária e tolerante. Não há desenvolvimento econômico em lugar nenhum sem pesados investimentos em ciência, tecnologia e inovação. E esse corte na Educação significa um retrocesso sem precedentes para o Brasil”, afirma o Assessor do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica de Brasília.

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